Turnos Recentes

De regresso por uns minut...

Entre papeis...

Do Natal ao Ano Novo

Bom Natal...

Uma manhã caótica ....

Força de vontade

Medicina ou infecto conta...

As melhoras são boas de v...

In love

Desorientações à parte...

Turnos passados

Abril 2009

Fevereiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Quarta-feira, 18 de Junho de 2008

Indicação para não reanimar...

Olá!!!

Para começar agradeço o destaque no sapo... não sei se merecia porque tenho noção que não actualizo este blog com a frequencia que gostaria... mas enfim, agradeço na mesmo, claro! .

 

Hoje, sem sono depois de uma noite de trabalho, andei a ver alguns (poucos! ) blogs e encontrei um post de um estudante de enfermagem com o qual me identifiquei e acerca do qual me apeteceu escrever. O post é este:

 

http://vida-de-estagiario.blogs.sapo.pt/2479.html

 

"Como diz a minha mãe é o que temos mais certo.

Hoje quero vos contar um caso, uma situação.

 

Doente do sexo masculino, com mais de 90 anos, tetraplégico, infecção respiratório, estado comatoso, insensibilidade à dor.

Aqui entra o sentido da vida, o sentido da enfermagem e o sentido da saúde. Não vou discutir temas como a eutanásia, pelo menos não neste post, o que pretendo falar é sobre os chamados DNR ( Do Not Resuscitate).

 

Este  senhor de que vos falei nao tinha indicação de DNR, num destes dias faleceu e fizemos tudo, mas tudo mesmo...mas foi insuficiente. O senhor faleceu, contactada a família, após a reacção inicial, o filho revelou sentir-se..aliviado.

 

Pode parecer frio, estranho o que quiserem chamar, mas aquém ja esteve nesta situação compreende que este sentimento de alívio nao é mais que uma demonstração de amor pelo ente querido e que em nada contradiz os sentimentos de tristeza, angustia, solidão e saudade que sentimos nestes momentos.

 

Voltando ao tema dos DNR, em conversa com uma amiga que nada têm haver com enfermagem nem com saúde ela diz que nao compreende como se pode "não fazer nada" perante uma situação de paragem cardiaca. Lógicamente não tem DNR devido à paragem cardiaca mas sim devido a toda a sua situação clínica irriversivél e que é fonte de dor e sofrimento para a família, mas principalmente para o doente.

 

Infelizmente a morte faz parte da vida, o que importa é viver cada dia como sendo o mais especial:) "

 

 

Ao ler este post lembrei-me de muitos dos doentes que nós temos internados, com uma situação clinica claramente irreversível, em que há sofrimento da familia por ver aquele ente querido naquele estado... Um dia, a pessoa tem uma paragem cardio respiratória e não está nada escrito que tem a indicação de DNR....

E nós, que fazemos? Tentamos reanminar... e ás vezes sabem o que penso? Que aquela PESSOA que acaba por morrer, morreu no meio de uma azafama da reanimação, sem familiares perto ou uma mão amiga... Atenção, que estou a falar de reanimações em pessoas que têm uma situação clinica muito grave e das quais se sabe que após reanimação com sucesso não haverá melhoria nenhuma...!
Não é frieza nenhuma os familiares sentirem-se aliviados... quando estao bem informados da situaçao clinica e quando se apercebem da pessima qualidade de vida da pessoa que gostam. No intimo, apesar de ser tabu e "parecer mal" dizê-lo, a sua vontade é que a pessoa parta em paz e pare de sofrer...a sua vontade é que ela morra. Se bem que a parte egoista muitas vezes também está presente e ninguém quer sofrer a perda de uma morte... (mas será que já não perderam?!)

 

Fico-me por aqui...talvez o sono já tenha chegado...

Música: How to save a life....


7 comentários:
De cuidandodemim a 18 de Junho de 2008 às 16:22
Também me deparo muitas vezes com este dilema. Como trabalho numa urgência por vezes as pessoas já entram no hospital em paragem cardio-respiratória... Nós fazemos o que podemos... Por vezes ficamos tempo demais a tentar... Muitas vezes sinto que se já não há mais nada a fazer, devíamos parar. Outras vezes, a pedido do médico e da família, paramos.
Quando entram em paragem já no serviço, dependendo do caso, por vezes tentamos de tudo, quando se vê que a pessoa tem hipóteses de sobreviver e ter uma boa qualidade de vida depois, e, por vezes, e ainda bem, quando se tem o bom senso (de acordo com a família e com o médico) de ver que já não há mais nada a fazer e o que fizermos vai prolongar apenas o sofrimento da pessoa e fazê-la viver com uma má qualidade de vida, deixamos simplesmente a pessoa ir em paz...
Deixamos entrar os familiares para estarem com as pessoas e ficamos ao pé delas, para que tenham uma morte digna.


De fredopereira a 14 de Julho de 2009 às 17:20
será assim tão facil ? eu tive um acidente, estive internado dois meses na reanimação no S.João um mÊs ealguns dias em coma, Com traumatismo craniano,um pulmão com dois drenos e paraplégico, sempre com diagnóstico reservado, imaginem os meus pais a dizerem não queremos que sofra mais desliguem a maquina. estou cá reorganizei a minha vida, o mais normal possivel com emprego,vida social casei, que acham podem dar a vossa opiniao obrigado


De cuidandodemim a 15 de Julho de 2009 às 17:29
Alfredo, cada caso que surge é um caso, diferente de todos os outros. Toda e qualquer decisão que se tome depende de muitas coisas. Depende da causa do problema, da idade da pessoa, do estado da pessoa, da família, de há quanto tempo a pessoa se encontra assim, etc, etc. Nada é fácil nem linear e qualquer decisão que se tome será facilmente criticada por outra pessoa.
Quando aqui me refiro a deixar a pessoa ir em paz é em situações extremas em que o doente tem uma idade avançada e uma situação crónica de há muitos anos em que a medicina sabe que o mais humano e digno será deixar a pessoa ir em paz. Em todos os outros casos a medicina está determinada a não desistir nunca. E ainda bem, são casos de sucesso como o seu que nos dão alento. Parabéns, fico muito contente que se tenha recuperado e refeito a sua vida.


De fredopereira a 15 de Julho de 2009 às 18:51
Olá boa tarde, obrigado, eu sei , percebo, não faço juizo de valores,nem criticas destrutivas, gostei do seu comentário, certamente não me expliquei bem e só falei do meu caso,tambem concordo em casos vegetativos e irreversiveis em idade avançada é preferivel, mas por vezes somos egoistas e queremos a todo custo os nossos familiares sempre ao pé de nós independentemente da situação.È um tema que precisa de tempo(espaço) para conversar.
+ uma vez obrigado. Cumprimentos


De enfermeiro_de_serviço a 19 de Junho de 2008 às 18:21
gostei muito do teu post...obviamente concordo contigo..uns dias depois de falar sobre isso..aconteceu novamente uma situação..e tive uma conversa...interessante com a filha do senhor..qualquer dia falo por isso...:)

adicionei te como um blog amigo:)

beijinho


De xleite a 9 de Abril de 2009 às 14:51
Sera que alguem me pode ajudar? Conheço uma familia que pretende criar uma dnr para a mae, há algum tipo de modelo??


De fernando a 23 de Dezembro de 2011 às 20:27
Muito obrigado me aliviou um monte com esse recado que voce deixou valeu


Comentar post

Mais sobre mim

Pesquisar neste blog

 

Abril 2009

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17
18

19
20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30


tags

todas as tags

Links

blogs SAPO

subscrever feeds