Olá!!!
Para começar agradeço o destaque no sapo... não sei se merecia porque tenho noção que não actualizo este blog com a frequencia que gostaria... mas enfim, agradeço na mesmo, claro! .
Hoje, sem sono depois de uma noite de trabalho, andei a ver alguns (poucos! ) blogs e encontrei um post de um estudante de enfermagem com o qual me identifiquei e acerca do qual me apeteceu escrever. O post é este:
http://vida-de-estagiario.blogs.sapo.pt/2479.html
"Como diz a minha mãe é o que temos mais certo.
Hoje quero vos contar um caso, uma situação.
Doente do sexo masculino, com mais de 90 anos, tetraplégico, infecção respiratório, estado comatoso, insensibilidade à dor.
Aqui entra o sentido da vida, o sentido da enfermagem e o sentido da saúde. Não vou discutir temas como a eutanásia, pelo menos não neste post, o que pretendo falar é sobre os chamados DNR ( Do Not Resuscitate).
Este senhor de que vos falei nao tinha indicação de DNR, num destes dias faleceu e fizemos tudo, mas tudo mesmo...mas foi insuficiente. O senhor faleceu, contactada a família, após a reacção inicial, o filho revelou sentir-se..aliviado.
Pode parecer frio, estranho o que quiserem chamar, mas aquém ja esteve nesta situação compreende que este sentimento de alívio nao é mais que uma demonstração de amor pelo ente querido e que em nada contradiz os sentimentos de tristeza, angustia, solidão e saudade que sentimos nestes momentos.
Voltando ao tema dos DNR, em conversa com uma amiga que nada têm haver com enfermagem nem com saúde ela diz que nao compreende como se pode "não fazer nada" perante uma situação de paragem cardiaca. Lógicamente não tem DNR devido à paragem cardiaca mas sim devido a toda a sua situação clínica irriversivél e que é fonte de dor e sofrimento para a família, mas principalmente para o doente.
Infelizmente a morte faz parte da vida, o que importa é viver cada dia como sendo o mais especial:) "
Ao ler este post lembrei-me de muitos dos doentes que nós temos internados, com uma situação clinica claramente irreversível, em que há sofrimento da familia por ver aquele ente querido naquele estado... Um dia, a pessoa tem uma paragem cardio respiratória e não está nada escrito que tem a indicação de DNR....
E nós, que fazemos? Tentamos reanminar... e ás vezes sabem o que penso? Que aquela PESSOA que acaba por morrer, morreu no meio de uma azafama da reanimação, sem familiares perto ou uma mão amiga... Atenção, que estou a falar de reanimações em pessoas que têm uma situação clinica muito grave e das quais se sabe que após reanimação com sucesso não haverá melhoria nenhuma...!
Não é frieza nenhuma os familiares sentirem-se aliviados... quando estao bem informados da situaçao clinica e quando se apercebem da pessima qualidade de vida da pessoa que gostam. No intimo, apesar de ser tabu e "parecer mal" dizê-lo, a sua vontade é que a pessoa parta em paz e pare de sofrer...a sua vontade é que ela morra. Se bem que a parte egoista muitas vezes também está presente e ninguém quer sofrer a perda de uma morte... (mas será que já não perderam?!)
Fico-me por aqui...talvez o sono já tenha chegado...
As minhas visitas